O livro Vale do Amanhecer: Inventário Nacional de Referências Culturais é uma síntese da pesquisa realizada pela Superintendência do Iphan no DF a partir de 2008. Os textos são da socióloga Deis Siqueira, da Universidade de Brasília, e do historiador Marcelo Reis, Adjunto Urano. As fotos, em sua maioria, são de Alex Arthur Martins Regis e do acervo do Vale do Amanhecer. A edição pode ser o primeiro passo para o registro do Vale do Amanhecer como bem imaterial do patrimônio cultural brasileiro. A Superintendência do Iphan no DF pretende iniciar um processo que pode resultar no reconhecimento do Vale.
Páginas: 280
Tamanho: 8.9 mb ...........
Páginas: 280
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Abaixo, nota da Assessoria de Imprensa do Iphan:
"A Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan no Distrito Federal lançou no Vale do Amanhecer, localizado na região administrativa de Planaltina, o livro Vale do Amanhecer: Inventário Nacional de Referências Culturais. O evento ocorreu na Casa Grande, um memorial instalado onde vivia a médium e clarividente Tia Neiva, fundadora da Doutrina do Amanhecer. Estavam presentes o superintendente do Iphan no DF, Alfredo Gastal, o antropólogo Rodrigo Ramassote, coordenador da publicação e o historiador Marcelo Reis, um dos autores do livro, além de Raul Zelaya, filho de Tia Neiva e presidente da Ordem Espiritualista Cristã Vale do Amanhecer, além do Trino Herdeiro Elário, Jairo Zelaya, neto de Tia Neiva e diretor da Biblioteca do Jaguar.
O livro Vale do Amanhecer: Inventário Nacional de Referências Culturais é uma síntese da pesquisa realizada pela Superintendência do DF a partir de 2008. Os textos são da socióloga Deis Siqueira, da Universidade de Brasília, e do historiador Marcelo Reis. As fotos, em sua maioria, são de Alex Arthur Martins Regis e do acervo do Vale do Amanhecer. A edição pode ser o primeiro passo para o registro do Vale do Amanhecer como bem imaterial do patrimônio cultural brasileiro. A Superintendência do Iphan no DF pretende iniciar um processo que pode resultar no reconhecimento do Vale.
O Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial foi instituído pelo Iphan em agosto de 2000, por meio do decreto 3551. Com base nesta determinação, foram registrados 21 bens ao longo dos últimos 10 anos. Na Superintendência do Iphan no DF, as ações relacionadas a essa política dão ênfase para a chamada Brasília Mística, com a realização de pesquisas e inventários sobre a religiosidade local. Dentre os estudos concluídos destacam-se o Inventário Nacional de Referências Culturais dos Lugares de Culto de Matrizes Africanas e Afro-Brasileiras e o Inventário do Vale do Amanhecer".
João Carlos Henriques
Assessor de Imprensa da Superintendência do Iphan no DF
SBN, Quadra 2, Bloco J, Ed. Engenheiro Paulo Maurício, 12º andar.
Brasília - DF
70.040-905
Tel. 2024-6464 e 9618-0109 joao.henriques@iphan.gov.br
Fonte: Ascom Iphan - DF / Ascom Iphan Nacional
Nota do blog Amanhecer em Notícias: O Diário Oficial da União publicou ontem, 6 de setembro de 2012, ato do Executivo que exonera o superintendente do Iphan no DF, Alfredo Gastal. Ainda não há nomes para substituí-lo no cargo. José Leme Galvão foi designado interino do Instituto.
(Abaixo, matéria do Correio Braziliense)
O livro Vale do Amanhecer: Inventário Nacional de Referências Culturais é uma síntese da pesquisa realizada pela Superintendência do DF a partir de 2008. Os textos são da socióloga Deis Siqueira, da Universidade de Brasília, e do historiador Marcelo Reis. As fotos, em sua maioria, são de Alex Arthur Martins Regis e do acervo do Vale do Amanhecer. A edição pode ser o primeiro passo para o registro do Vale do Amanhecer como bem imaterial do patrimônio cultural brasileiro. A Superintendência do Iphan no DF pretende iniciar um processo que pode resultar no reconhecimento do Vale.
O Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial foi instituído pelo Iphan em agosto de 2000, por meio do decreto 3551. Com base nesta determinação, foram registrados 21 bens ao longo dos últimos 10 anos. Na Superintendência do Iphan no DF, as ações relacionadas a essa política dão ênfase para a chamada Brasília Mística, com a realização de pesquisas e inventários sobre a religiosidade local. Dentre os estudos concluídos destacam-se o Inventário Nacional de Referências Culturais dos Lugares de Culto de Matrizes Africanas e Afro-Brasileiras e o Inventário do Vale do Amanhecer".
João Carlos Henriques
Assessor de Imprensa da Superintendência do Iphan no DF
SBN, Quadra 2, Bloco J, Ed. Engenheiro Paulo Maurício, 12º andar.
Brasília - DF
70.040-905
Tel. 2024-6464 e 9618-0109 joao.henriques@iphan.gov.br
Fonte: Ascom Iphan - DF / Ascom Iphan Nacional
Nota do blog Amanhecer em Notícias: O Diário Oficial da União publicou ontem, 6 de setembro de 2012, ato do Executivo que exonera o superintendente do Iphan no DF, Alfredo Gastal. Ainda não há nomes para substituí-lo no cargo. José Leme Galvão foi designado interino do Instituto.
(Abaixo, matéria do Correio Braziliense)
Depois de inventariar todas as obras de Oscar Niemeyer, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) parte para uma nova cruzada da qual começa a obter os primeiros frutos. O Inventário Nacional de Referências Culturais do Vale do Amanhecer, que a Superintendência do Iphan no Distrito Federal acaba de lançar, aponta para um novo caminho: o órgão quer mapear a cultura imaterial da região para propor, no futuro, um registro no livro dos lugares do Patrimônio Cultural Brasileiro. O Vale do Amanhecer e os terreiros de Brasília são os primeiros da lista.
Durante dois anos, um grupo de pesquisadores, formado por antropólogos e historiadores do Iphan, debruçou-se sobre a história e a organização do Vale do Amanhecer com a intenção de produzir um documento que servisse como registro detalhado das atividades iniciadas por Tia Neiva nos anos 1960. Dividido em três capítulos, o livro é o que Alfredo Gastal, superintendente do Iphan no DF, aponta como uma tentativa de driblar preconceitos e celebrar a diversidade cultural brasileira. “Ficar só falando da produção da elite é um pouco de alienação. Uma das funções que temos no Iphan é não nos atermos a uma religião ou seita específica”, diz. “E queríamos que o livro fizesse uma avaliação do ponto de vista acadêmico, mas que não fosse maçante, chato, para que um leigo pudesse entender. Essas manifestações populares, democráticas e espontâneas merecem ser registradas porque têm um impacto enorme.”
Segundo a pesquisa, o Vale do Amanhecer é a primeira manifestação religiosa nascida com a capital e se inscreve numa tradição mística que ronda Brasília desde antes da construção. No fim do século 19, o sonho de Dom Bosco anunciou ser esta a terra do leite e do mel. Já o mestre Yokanaam trouxe para cá sua Cidade Eclética antes de JK iniciar as obras, e o francês Pierre Weill criou, com anuência do estado, a Universidade Holística na Cidade da Paz (Unipaz). Mas, quando Neiva decidiu comprar a chácara para nela instalar a comunidade do Vale do Amanhecer com sua complicada estrutura hierárquica e doutrina construída com base em referências cristãs, espíritas e até orientais, ainda não havia por aqui nenhuma manifestação cultural-religiosa nascida com a cidade. “Entendemos o Vale do Amanhecer como uma espécie de ícone dessa Brasília mística”, explica o antropólogo Marcelo Reis.
A primeira etapa de pesquisa para o livro se concentrou no reconhecimento das particularidades culturais da comunidade. Em seguida, a equipe trabalhou na identificação das referências para depois documentar, com entrevistas com os membros mais antigos e pioneiros, a memória do vale. Tia Neiva ganhou um capítulo especial, já que não há como dissociá-la da razão de ser da comunidade. “Criador e criatura são indistintos. Ela é a grande matriz fundadora desse universo religioso”, explica Marcelo.
Durante dois anos, um grupo de pesquisadores, formado por antropólogos e historiadores do Iphan, debruçou-se sobre a história e a organização do Vale do Amanhecer com a intenção de produzir um documento que servisse como registro detalhado das atividades iniciadas por Tia Neiva nos anos 1960. Dividido em três capítulos, o livro é o que Alfredo Gastal, superintendente do Iphan no DF, aponta como uma tentativa de driblar preconceitos e celebrar a diversidade cultural brasileira. “Ficar só falando da produção da elite é um pouco de alienação. Uma das funções que temos no Iphan é não nos atermos a uma religião ou seita específica”, diz. “E queríamos que o livro fizesse uma avaliação do ponto de vista acadêmico, mas que não fosse maçante, chato, para que um leigo pudesse entender. Essas manifestações populares, democráticas e espontâneas merecem ser registradas porque têm um impacto enorme.”
Segundo a pesquisa, o Vale do Amanhecer é a primeira manifestação religiosa nascida com a capital e se inscreve numa tradição mística que ronda Brasília desde antes da construção. No fim do século 19, o sonho de Dom Bosco anunciou ser esta a terra do leite e do mel. Já o mestre Yokanaam trouxe para cá sua Cidade Eclética antes de JK iniciar as obras, e o francês Pierre Weill criou, com anuência do estado, a Universidade Holística na Cidade da Paz (Unipaz). Mas, quando Neiva decidiu comprar a chácara para nela instalar a comunidade do Vale do Amanhecer com sua complicada estrutura hierárquica e doutrina construída com base em referências cristãs, espíritas e até orientais, ainda não havia por aqui nenhuma manifestação cultural-religiosa nascida com a cidade. “Entendemos o Vale do Amanhecer como uma espécie de ícone dessa Brasília mística”, explica o antropólogo Marcelo Reis.
A primeira etapa de pesquisa para o livro se concentrou no reconhecimento das particularidades culturais da comunidade. Em seguida, a equipe trabalhou na identificação das referências para depois documentar, com entrevistas com os membros mais antigos e pioneiros, a memória do vale. Tia Neiva ganhou um capítulo especial, já que não há como dissociá-la da razão de ser da comunidade. “Criador e criatura são indistintos. Ela é a grande matriz fundadora desse universo religioso”, explica Marcelo.
Clarividente de fibra
Por: Nahima Maciel 06/12/2010 07:30
Neiva Zelaya chegou ao Planalto Central em 1957. Viúva, aceitou o convite do padrinho de casamento, Bernardo Sayão, para ajudar nas obras de construção da cidade. Neiva já carregava uma bagagem surpreendente. Perdeu o marido aos 24 anos e, contra a vontade da família, decidiu criar os quatro filhos sozinha. Primeiro, montou um Cine Foto e começou a trabalhar como fotógrafa e laboratorista na cidade goiana de Ceres, mas as químicas usadas na revelação lhe causaram problemas respiratórios e Neiva trocou o comércio por uma chácara. Cuidou sozinha do cultivo até perceber que o trabalho era pesado demais. Vendeu a chácara e comprou um caminhão.
Foi como caminhoneira e motorista de ônibus, função que exerceu por um tempo em Goiânia, que Neiva chegou a Brasília, onde teve as primeiras visões que a tornaram conhecida como clarividente e a levaram aos arredores de Planaltina para fundar o Vale do Amanhecer. Durante os anos 1970 e 1980, a doutrina chamou atenção no país e Tia Neiva passou a frequentar a mídia com certa assiduidade. Conhecido como local de tratamento espiritual, mas também de visões e previsões, o Vale atraía olhares e adeptos curiosos. Tia Neiva recebia políticos e personalidades e costumava ser convidada para realizar previsões em programas de televisão.
Após sua morte, em 1985, o interesse pelo Vale diminuiu. Com o crescimento urbano, o que era uma comunidade isolada acabou por se mesclar a cidades vizinhas e a conviver com outras manifestações religiosas. Hoje, o Vale divide espaço com templos evangélicos e igrejas católicas. “O inventário é um grande reconhecimento da nossa relevância”, constata Jairo Zelaya, Trino Herdeiro Elário, neto de Tia Neiva. “Sempre houve uma visão deturpada, carregada de preconceito, e esse livro traz uma sistematização muitíssimo detalhada do que é o Vale do Amanhecer. Os trabalhos acadêmicos sempre abordavam um tema circunscrito e esse trabalho do Iphan é o mais amplo já feito sobre o Vale.”
Foi como caminhoneira e motorista de ônibus, função que exerceu por um tempo em Goiânia, que Neiva chegou a Brasília, onde teve as primeiras visões que a tornaram conhecida como clarividente e a levaram aos arredores de Planaltina para fundar o Vale do Amanhecer. Durante os anos 1970 e 1980, a doutrina chamou atenção no país e Tia Neiva passou a frequentar a mídia com certa assiduidade. Conhecido como local de tratamento espiritual, mas também de visões e previsões, o Vale atraía olhares e adeptos curiosos. Tia Neiva recebia políticos e personalidades e costumava ser convidada para realizar previsões em programas de televisão.
Após sua morte, em 1985, o interesse pelo Vale diminuiu. Com o crescimento urbano, o que era uma comunidade isolada acabou por se mesclar a cidades vizinhas e a conviver com outras manifestações religiosas. Hoje, o Vale divide espaço com templos evangélicos e igrejas católicas. “O inventário é um grande reconhecimento da nossa relevância”, constata Jairo Zelaya, Trino Herdeiro Elário, neto de Tia Neiva. “Sempre houve uma visão deturpada, carregada de preconceito, e esse livro traz uma sistematização muitíssimo detalhada do que é o Vale do Amanhecer. Os trabalhos acadêmicos sempre abordavam um tema circunscrito e esse trabalho do Iphan é o mais amplo já feito sobre o Vale.”
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