Jornal do Brasil* (?) em 10/08/1985
*Obs.: Devido Revisão total requerida pelo presente texto, este blog acredita que a presente entrevista não tenha sido publicada, o que é motivo de ampla pesquisa. O Editor de Conteúdos.
O Amanhecer de Tia Neiva
Um psiquiatra assustado, um ônibus no rumo do desastre. Assim, a caminhoneira trocou a poeira da cidade em construção pela calma do Vale, que já abriga cinquenta mil médiuns.
"O psiquiatra estava sentando no rústico consultório do hospital de madeira construído junto ao acampamento do I.A.P.I. O único que existia nestas plagas onde Brasília estava nascendo, de um parto acelerado, das mãos dos operários e da poeira vermelha. O sonho de alvorada centro-oestina havia enlouquecido alguns sertanejos. Eram casos raros no meio de tanta esperança. Daí a presença de um psiquiatra. Talvez a bela morena, uma quase cigana de pele trigueira e olhos profundos, fosse mais um caso de delírio de fácil diagnóstico. Afinal de contas no final dos anos cinquenta a mulher que assumira uma profissão pioneira em todo o Brasil: a de caminhoneira que cortava as estradas do País no seu “Internacional”, com isso já mostrava que as coisas não andavam bem pelo lado de sua cabeça e de seu coração. É realmente não andavam. Neiva Zelaya, a viúva caminhoneira, abriu o jogo para o psiquiatra: “Acho que estou com estafa, tendo alucinações, vendo espíritos e o pior é que estou ouvindo tudo”. Quando o médico que atendia Neiva a pedido de Bernardo Sayão, com quem o marido dela havia trabalhado, tentava lhe explicar que se tratava de um caso tipico de pessoa que está trabalhando demais. Neiva viu alguém surgir atrás de um biombo e iniciar um diálogo com ela. O médico prestou atenção no diálogo, que girou em torno de assuntos que ele conhecia muito bem. Coisas familiares. Tratava-se de seu pai. Só que ele havia falecido há algum tempo. Foi a partir deste momento que a motorista profissional se transformou na clarividente “Tia Neiva”, já conhecida pelos quatro cantos do mundo, e o médico tomou uma decisão inesperada. Depois de ficar lívido de espanto, apanhou seus objetos, fechou o consultório, deixou Brasília e nunca mais se ouviu falar nele. - Para quem nasceu de uma família religiosa, nordestina, com padres e freiras, o começo deste trabalho espiritual deve ter sido muito difícil. Não foi, Tia Neiva? Tia Neiva - Foi sim. Eles não gostavam de “macumbeiros” e nem de mulheres independentes. Só pela minha ousadia de ser uma viúva que queria viver sua própria vida já haviam me expulsado de casa uma vez. - Que dizer que antes de todo este trabalho espiritual, a decisão de ser caminhoneira, principalmente em se tratando de uma viúva jovem e bonita, custou
muito caro para a senhora? - Tia Neiva - Custou, mas valeu a pena. Eu sabia, eu sentia que tinha proteção de Deus. Eu sempre me considerei uma boa motorista. Dirigi por várias estradas deste Brasil. Naquela época, os carros não tinham a mecânica de hoje e nem as estradas eram pavimentadas, a não ser umas poucas, nos troncos principais. Por isto, eu era respeitada pelos meus colegas. Justamente por ser considerada boa motorista e boa companheira. - Dá para falar um pouco de sua atuação como motorista, na época em que Brasília estava sendo construída? - Tia Neiva - Meu carro, um internacional, estava fichado na Novacap e as tarefas eram sempre variadas. Mas sempre elas começavam cedo e não era raro eu estar na rua às 5 ou 6 horas da manhã, com a carroceria cheia de candangos para serem levados para os canteiros. Trabalhávamos muito e, naquela época, a gente tinha que dirigir devagar. O movimento do Núcleo Bandeirante era intenso, as ruas muito cheias de buracos e o povo muito descuidado. Tenho recordações cheias de amor daqueles tempos pioneiros. - Os pioneiros que a conheceram naquela época ainda lembram de muitas histórias que contavam a seu respeito. Entre outras coisas, a de que a senhora tinha contatos com espíritos, enquanto dirigia seu caminhão. Dá para falar sobre isto?
- Tia Neiva - Na realidade eu já estava recebendo mensagens e mantendo contato há algum tempo. Coisas que me deixavam, ainda por falta de maiores esclarecimentos, muito perturbada. Um dia, dirigindo perto da construção do Brasília Pálace Hotel, fui sacudida violentamente pelo meu filho, a única pessoa que estava comigo na cabine do caminhão. Ele achou que eu estava delirando, já que mantinha diálogo com uma pessoa invisível. Esta pessoa me mandava, com maior urgência, para casa, onde uma mulher necessitava do meu socorro. Eu tentava argumentar e relutava em não ir. Mas fui, e tudo aquilo que o ser invisível para meu filho me falou, realmente aconteceu. Isto foi o inicio de uma série de fatos deste tipo. - E a história de que a senhora previu o acidente de um ônibus na Cidade Livre e de que salvou a vida de duas pessoas é verdade? - Tia Neiva - É, e realmente se trata de uma das coisas mais fantásticas que aconteceram comigo. Um dia, depois de pensar que tinha passado com meu carro em cima de duas pessoas - que na realidade eram dois espíritos - fui a um posto de abastecimento que ficava junto a um restaurante de um casal de japoneses, meus amigos e velhos conhecidos. Pedi ao lavador do posto para dar uma lavada rápida na carroceria e no chassis, enquanto bebia um café, fumava um cigarro, recostada no batente da porta do bar. Do outro lado da rua observei um homem que trazia na cabeça uma espécie de televisão. Era um pequeno aparelho, por onde comecei a ver o futuro imediato. Entre outras coisas, vi uma moça se aproximando o que realmente aconteceu após, e um grande acidente de ônibus, onde aconteceriam algumas mortes. Quando vi o ônibus na minha visão aparecer, saí correndo, peguei no braço do desconhecido, sob os protestos da moça, que um tanto ciumenta tentava me empurrar. Implorava para que ele não subisse no ônibus e, no meio de toda esta confusão, ele realmente nãos seguiu viagem. Em poucos minutos, aconteceu um grande estrondo como se fosse uma grande explosão. No bar, todos ficaram silenciosos. Distante um quilômetro de onde nos achávamos, numa curva acentuada, aconteceu o terrível acidente com o ônibus, cujo trágico saldo foi de 4 mortos e vários feridos. - Não era difícil viver assim, tão no meio de dois mundos? - Tia Neiva - Foi nesse tempo que comecei a viver no meio de uma multidão silenciosa que me assistia e de outra barulhenta que me exigia respostas. A primeira, invisível, estava sempre me influenciando, ajudando na aproximação de mundos inesperados, e só Deus sabia o que chegava ao meu misterioso mundo interior. - Desta maneira é que foi chegando a sua evolução. Foi assim, aos poucos, que a senhora inicia sua missão? - Tia Neiva - Mãe Yara, uma das minhas mentoras, já havia entrado em contato comigo para me dizer que sem luta não há evolução. Ai eu pedi para que ela me ajudasse, me iluminasse, para que eu fosse exatamente aquilo que Deus queria. E os meus tristes hábitos, o que fazer com eles? Foi então que percebi que não era preciso repudiar estes hábitos, já que o belo é o resplendor do verdadeiro. Ela me dizia: Não saia de você mesma, seja natural, ame o que sempre amou e recuse o que sempre recusou. A única diferença, Neiva, é aprender a tolerar os seus amigos, até que você se faça acreditada. Este será o período mais difícil de sua missão, porém, só Deus conhece Deus. - A a senhora realmente se tornou uma pessoa acreditada. É só ver o Vale do Amanhecer nestes anos todos. Ou seja, em 16 anos, tão poderoso, tantas crianças abandonadas acolhidas e tantos médiuns. Como funciona isso aqui? - Tia Neiva - Aqui moram em torno de 3.500 pessoas. O Vale do Amanhecer, esta comunidade religiosa que é visitada por pessoas de todas as partes do mundo, já tem mais de 50 mil médiuns. No Brasil inteiro, os médiuns seguidores da Doutrina do Vale do Amanhecer já somam o número de 100 mil. Atualmente, temos 42 templos espalhados pelo Brasil, todos funcionando sob a coordenação dos Templo do Vale, que é dirigida pelo meu filho Beto Zelaya. Temos muitas crianças abandonadas vivendo em nossa comunidade. Algumas são encaminhadas pelos Juizado de Menores. Todas criamos com muito amor e elas são, na verdade, a razão de nossa grande alegria. - Tia Neiva, a senhora é uma clarividente e, segundo vários estudiosos do assunto, possivelmente seja a única do mundo nos dias atuais. O que é exatamente uma vidente? - Tia Neiva - A clarividente é uma pessoa que tem consciência simultânea em vários planos. Enquanto a pessoa está aqui, consciente, pode estar em outro plano também. - Quer dizer que a senhora, para fazer os seus trabalhos, não precisa mais incorporar? - Tia Neiva - Não, eu não incorporo, trabalho completamente consciente. - E esta história que corre pela cidade de que a senhora possui um lugar onde desceriam naves e que mantém contatos os extraterrestres, é verdade? Se for, conte direitinho esta história para a gente. Tia Neiva - Há muitos anos mantenho contatos com as “Amacês”, que a maioria das pessoas chama de naves espaciais. Três vezes por dia elas chegam junto a “Estrela Candente do Vale”, é um templo aberto, para nos ajudar. Os seres que estão nelas deixam as energias boas e levam as energias e os espíritos negativos. Não me considero uma ufóloga, nem uma parapsicóloga. A coisa, em nível de extraterrenos, existe, mas não é da maneira que se fala. É um fenômeno etérico. Só vê quem tem o poder de enxergar em outras dimensões. - As suas previsões são famosas. Duas delas, inclusive, mereceram destaque na imprensa de vários países: a descoberta do ouro em Serra Pelada e a Guerra nas Malvinas. O que a senhora tem a dizer agora sobre a Aids, esta assustadora doença que virou a sombra da morte para
a humanidade? - Tia Neiva - É mais uma manifestação da lei de causa e efeito. A lei do retorno. Jogar a bomba atômica em Hiroshima não foi bom para a humanidade. Tudo o que se faz, se recebe de volta. - Com isto a senhora está querendo dizer que os americanos serão, em maior número, as grandes vitimas da Aids? - Tia Neiva - Eu apenas quero dizer que não foi positivo jogar a bomba atômica em Hiroshima. Aquele povo sofreu muito. A lei de causa e efeito tem se manifestado muito nestes tempos em que se aproxima o Terceiro milênio. - Que dizer que a Aids não tem cura, Tia Neiva? Quer dizer que o homem está condenado? - Tia Neiva - A Aids, antes que se espera, vai ter cura. Cientistas já estão trabalhando para isso. - A senhora concorda com as pessoas que afirmam que a Aids é transmitida pelo contato sexual? A senhora sabia que, por causa disso, já estão provando que em várias partes do mundo está diminuindo o relacionamento sexual? - Tia Neiva - Isto não é verdade. Em alguns casos pode ter havido coincidência. O que está havendo mesmo, é um pânico geral, igual ao que aconteceu no caso do herpes nos Estados Unidos, em outras épocas. Eu afirmo que, mais do que a Aids, uma outra doença vai preocupar a humanidade. Eu já falei sobre isso nos anos sessenta e em recentes previsões. Ela vai ser transmitida por uma fruta. Quem comer desta fruta, vai se tornar transmissor. - Voltando ao assunto, já tem cura para a Aids no Vale do Amanhecer? - Tia Neiva - O que eu posso dizer é que na época em que aconteceu uma verdadeira epidemia de meningite, nenhum de nossos cinquenta mil médiuns foi atacado por ela. Rezamos muito, fizemos trabalhos e fizemos muita defumação. Agora mesmo estamos recebendo ordens dos nossos mentores para vermos, a partir da próxima semana, o que poderemos fazer em relação a Aids para defender nossa gente. O importante é ter fé, amar a Deus e ao próximo. A lei do amor e a proteção de Deus tudo se resolve. Mas, de uma vez por todas, a história da Aids não é exatamente o que dizem. Vai ter cura. Tudo será resolvido e é bom as pessoas terem consciência e calma em relação a este assunto que já está virando uma neurose mundial. - Todo ser humano, seja homem ou mulher, faça o tipo de trabalho que fizer, sempre, geralmente para obter sucesso, conta com um companheiro ou companheira. A partir de que Mário Sassi, seu atual marido, entrou na sua vida, o que ele representou para toda esta obra? - Tia Neiva - Tudo. Se não fosse ele, não existiria o Vale do Amanhecer. Eu sou missionária e ele ajudou a segurar a barra, que foi pesada. Ele sabe as coisas que se passam comigo. Ao nos olharmos, sem dizermos uma palavra sequer, estamos nos comunicando. Nós tínhamos encontro marcado. Tínhamos que nos unir para este trabalho. - Tia Neiva, como a senhora consegue viver apensa com um terço de um pulmão e diretamente ligada a uma máquina de oxigênio, onde chega a consumir dois litros por hora? De onde vem tanta energia? Quem é este seu Deus? - Tia Neiva - Vivo assim há muito tempo e continuarei vivendo até quando Deus quiser, enquanto meu pai Seta Branca precisar de mim aqui para este trabalho. A força que me move é a força do amor, que é a energia que resolve todos os problemas, a energia que transforma o mundo. O meu Deus é o Deus Hieroglífico. O poder supremo que está em todas as coisas. Neste planeta, nas plantas, no aroma das matas frondosas, no mar, no espaço, nas estradas, na porta estreita da vida, na dor e no fundo do nosso coração. O Deus que mostramos aqui no Vale do Amanhecer, na preparação do homem do Terceiro Milênio. Um Deus que quando as pessoas encontram, não conseguem mais viver sem ele. Um infinito caso de amor".
Gostei muito de seu depoimento e gostaria de poder me comunicar com vcs...meu email roany_nany@hotmail.com obriga fiquem com Deus
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