A história registra que Veleda, que teria sido uma das encarnações de Tia Neiva, vivia entre os Bructeri, mas sempre reclusa numa torre, onde ela atendia aos que a procuravam, sendo suas respostas interpretadas por um intermediador. Essa também era a forma como os sacerdotes interpretavam as predições das pitonisas no Oráculo de Delfos, organizando as palavras e repassando-as aos consulentes. Assim, as mulheres possuíam uma posição de grande respeito entre os germanos. Eles acreditavam que havia algo de divino e profético nelas. Por esta razão, sempre ouviam seus conselhos e acreditavam piamente nas predições de Veleda e de Aurínia. Ambas se tornaram tão famosas que foram cultuadas quase como se fossem divindades.
Segundo Patrick Louth, em seu livro A Civilização dos Germanos e dos Vikings, há uma descrição de Veleda, conhecida como "aquela que vê", que consta do nono livro de uma obra denominada Mártires: "Sua estatura era elevada; uma túnica negra, curta e sem mangas servia apenas para velar sua nudez. Carregava uma foice de ouro presa num cinto de bronze, e estava coroada com um ramo de carvalho.A brancura de seus braços e da sua tez, seus olhos azuis, seus lábios rosados, seus longos cabelos louros que esvoaçavam soltos caracterizavam uma jovem gaulesa, e a suavidade do conjunto contrastava com seu porte altivo e selvagem". Apesar de Chateaubriand descrevê-la como uma gaulesa, e do seu nome ser de origem céltica, Veleda era uma vidente germânica. Ela só predizia aos germanos e exaltava os grandes chefes, tais como Civilis, líder da rebelião dos batavos contra os romanos em 69 d.C.
Quando a frota desse líder germânico se apoderou de uma frota romana, ele ofereceu a galera pretoriana a Veleda. Enviada a Roma como embaixatriz para negociar a paz, Veleda, sete anos depois, incitou os germanos para um novo levante contra os romanos. Mais tarde, foi aprisionada e deportada. Segundo o historiador Johnny Langer, em seu artigo intitulado Religião e Magia entre os Vikings: Uma Sistematização Historiográfica, a religião escandinava durante a Era Viking (séculos VIII a XI) não era organizada, não possuindo templos, dogmas, sacerdotes especializados ou orações. Limitava-se a cultos nos quais a magia era o ponto central. No entanto, era muito objetiva, baseando-se na expressão "dou para que me dês". Geralmente, o escandinavo escolhia um fulltruí (protetor), que chamava de amigo, portando, inclusive, um amuleto com sua imagem. Invocava o seu deus sob a forma de petição e não de oração: "Ofereço-te isso e me darás aquilo em troca". Como não havia uma ordem sacerdotal constituída, cabia aos reis e chefes o ministério da fé nos deuses. Na Islândia, eles eram conhecidos como goðar (singular goði). O blót era um sacrifício semidivinatório e semipropiciatório, considerado como o grande ritual da magia germano-escandinava. Sua finalidade era reforçar os poderes da divindade, para que esta pudesse realizar aquilo que era desejado pelo fiel. Assim como as germanas, as escandinavas estavam diretamente ligadas à religião.
Abaixo, trecho de carta de Tia Neiva sobre Veleda:
Agora, no dia 1º de maio de 1980, revivemos os últimos momentos de Veleda, e penetramos no nosso Quinto, porque Veleda era uma conjunção de cinco Raízes, e representava uma força viva. Salve Deus! Tia Neiva."
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