Este livro traz a chancela do Vale do Amanhecer, e isso significa autenticidade e desmistificação. O leitor que já conhece os livros precedentes, “No Limiar do Terceiro Milênio” e “Sob os Olhos da Clarividente”, sabe da nossa preocupação em simplificar, esclarecer e, principalmente, tornar cada assunto acessível a qualquer mente com adequação gradativa. A primeira medida nesse sentido é tornar claro que o concernente ao espírito e ao destino humanos não é aprendido somente pela mente aculturada na escola, mas, sim, pela receptividade de outra natureza, do conjunto psicofísico-espiritual, o ser humano tomado no seu todo.
A mente concreta, intelectualizada, é essencialmente transformista, elabora idéias com idéias, muda sempre as formas mas conserva as essências. Porém, a mente espiritualizada é criativa e, na sua elaboração, traz sempre algo novo, não pensado ainda, essencial. É nesse sentido que o Vale do Amanhecer orienta sua mensagem, procurando mostrar que todo ser humano dispõe do mecanismo necessário para saber as coisas fundamentais a seu próprio respeito e do seu destino.(Mário Sassi, Trino Tumuchi).
1. Embora tenha tido aulas do Nestor no Curso de 7º ministrado em 1.999, compareci ontem à aula inaugural, com a intenção clara de aproveitar esta oportunidade ímpar de uma reciclagem. Aberta pelo Trino Herdeiro Elário, Jairo Zelaya Júnior, a primeira aula foi integralmente apresentada pelo presidente da Ordem, o Trino Ypoarã, Mestre Raul Zelaya, que dedicou a primeira parte a falar da trajetória de Tia Neiva na sua vida material e o início da sua vida espiritual. Raul falou das dificuldades enfrentadas pela família para adquirir o pão de cada dia. Transcorreu sobre a vivência de sua Mãe em Ceres (GO), onde fazia fotografias 3X4, 5x7 e 2x2. Sobre a vivência em Goiânia, como motorista de ônibus; no primeiro caminhão (Internacional) que teve e que foi colhido pelo trem, quando foi completamente destruído (com Tia ao volante). Disse dos três outros caminhões que ela conseguira posteriormente e da viagem que fez ao Rio Grande do Norte, transportando retirantes de volta no seu caminhão pau-de-arara, serviço pelo qual levou verdadeiro “calote” dos passageiros. Raul falou da passagem de Tia Neiva pela Novacap, onde fichou seu caminhão durante a construção de Brasília. Lembrou o Templo que Tia fundou em Taguatinga, de lá trazendo as madeiras usadas para dar origem ao Templo Mãe, local indicado por Tiãozinho. Raul contou das peripécias da família na plantação de 900 sacos de batata e de amendoim que Tia plantou em Alexânia (na colheita das batatas o amendoim havia sumido, pois ele, Gilberto, Carmem Lúcia e Verinha, e os meninos e meninas adotados haviam comido durante o crescimento das favas, ainda na plantação). Na época, Tia havia encerrado as atividades de uma cômica serraria em Alexânia, na Serra do Ouro, onde funcionava a antiga UESB. As máquinas utilizadas para a produção de tábuas destinadas à comercialização só eram possíveis a partir de uma locomotiva velha ganhada por Tia Neiva e que funcionava graças à labuta dos meninos, que transportavam água e lenha para a produção do vapor que movia a máquina. Na época, a entidade Curimatã determinava os pontos da mata onde deveriam ser conseguidos os troncos, que eram transportados morro acima, parte rolados, parte sobre o caminhão sempre com a última gota de combustível. Forças inexplicáveis que reuniam para pôr as toras na carroceria. Aparições súbitas de Tiãozinho para orientar e determinar caminhos e ações que pareciam impossíveis. À noite, todos ainda meninos, se reuniam em volta de uma fogueira para ouvir as histórias de Mãe Nenê: histórias que não tinham fim, pois na verdade, eram previsões para o dia seguinte, o que servia de alerta e aconselhamento não só para os filhos de Tia, mas para todos os meninos do orfanato que já era delineado, além dos "doidinhos" que Tia cuidava e dos filhos adotivos. De repente, uma fábrica de farinha tomou conta do cenário. A velha locomotiva agora era um imenso ralador de mandioca que era buscada na vizinhança, um pouco de cada mandiocal era comprado por determinação de Tia. E sem dinheiro. A base da locomotiva ainda está no local, na Serra do Ouro. Vida dura em Centralina (MG) também foi contada. Dificuldades no Núcleo Bandeirante e o menosprezo pelo lote de 20 metros por 10 metros quadrados ganhados por Tia na Avenida W-3 Norte. Afinal, era uma família nômade. Os muitos prêmios de loteria que eram ganhos por Tia Neiva também foram contados por Raul. Mas entre essas vitórias, está também uma que se passou no mundo etérico, e que não chegou a se concretizar no mundo físico, mas somente as consequências danosas. Ela trabalhava numa empresa de ônibus em Goiânia. Soube que havia ganhado na "cabeça" um prêmio muito expressivo. Abandonou os passageiros dentro do ônibus e correu para casa, deixando o veículo na rua. Procurou muito pelos bilhetes, mas eles haviam sumido completamente, todas as 20 frações, os 20 vigésimos. Teve que argumentar muito e implorar para não ser despedida pela empresa de transporte de passageiros. Foi mais uma dura lição na vida de Tia Neiva.
ResponderExcluirContinuação/
ResponderExcluirMas, como Raul Zelaya narrou, tudo fazia parte da constante aprendizagem da clarividente, assim como o foi o episódio em que ela freou de uma vez o caminhão ainda fichado na Novacap e, desesperada, comunicou a um guarda de trânsito que teria atropelado e matado um índio que atravessava a rua, dizendo estar a vítima morta numa poça de sangue. O guarda a acalentou, reconhecendo-a por "Baiana" e dizendo-lhe que ela não havia cometido nenhum acidente e que poderia prosseguir viagem no transporte de terra. Não era realidade neste plano. Não era fruto da imaginação de Tia, mas apenas a projeção do que poderia ocorrer no mundo astral. Um episódio desconhecido de muita gente e que foi narrado pelo Trino Ypoarã, levou às lágrimas os médiuns mais sensíveis e parecia que todo o corpo mediúnico presente à aula inaugural se esforçava por retirar uma lágrima rolada, a começar pelo próprio filho. Tia Neiva passava por dificuldades sem fim com os filhos; Os avós paternos, muito ricos, haviam sido comunicados da situação de penúria. A situação de guarda logo foi delineada. "Quando a juíza determinou que duas das quatro crianças seriam separadas, devendo seguir os avós paternos, minha mãe retirou do soutian um revólver e disse que ninguem, ninguem separa os meus filhos". Como reação, a magistrada mudou na hora a sua decisão e afirmou: "As crianças ficam todas juntas; ninguem as separam. Ela é como a leoa, que vai aos extremos para salvar e deixar reunidos os seus filhotes". Raul discorreu sobre a constante necessidade de estar atento à conduta doutrinária e deu explicações sobre a saudação "Salve Deus".Por fim, enumerou os temas que deverão ser desenvolvidos durante o curso. Mobilizou a todos, que aguçaram os ouvidos para a reprodução de um CD com aula de Tia Neiva, acompanhada de uma das suas mais lindas preces, "Primeiro do Meu Primeiro Canto",finalizando com Tia ensinando o corpo mediúnico a dissimular as correntes negativas, fazendo a limpeza da aura e a segurar na cintura com as duas mãos para que nada de negativo atinja o corpo e o plexo físico.(Depois eu conto mais sobre o perfil de Tia Neiva, narrado pelo próprio filho, oportunidade única de enriquecer o nosso acervo da Doutrina e conhecer mais sobre a vida dessa criatura magnífica que viveu na terra entre 1925 a 1985).